Será do calor?

Por onde passo vejo coisas quase irreais, por onde folheio dou com acontecimentos que não fazem lembrar o diabo! Que os dias têm andado quentes já eu sei... Será que é o calor que me põe a vista embaçada?

Sábado, fui para a praia do Guincho. A temperatura estava convidativa, o vento nem tanto; recostei-me a ler na toalha de praia tendo como música as ondas do mar, e como imagem de fundo o céu azul. Agarro num jornal e ponho-me a ler... Não é possível, praguejo, quase não acredito no que os meus olhos lêem! A novidade vem dos Estados Unidos e tem a ver com a moda dos adolescentes americanos injectarem Botox. Para combater as rugas e suavizar os sorrisos (sic), acredite quem quiser! Viro a página e continuo a ler: lixo em barda, mas desta vez não é nas cidades, nem nos mares, nem nos rios, é no espaço, onde satélites e naves vomitam detritos!

Coincidência das coincidências, um barulho ensurdecedor cai sobre a praia. Olho, vejo um cobói numa ruidosa aeronave a fazer malabarismos e a dar “espectáculo”, despejando decibéis mesmo por cima da praia. Toda a gente olha supreendida: ele era picanços, ele era mergulhos, ele era mortais, só faltava uma bandeira a dizer “eu sou o maior”. Afinal de contas, não é qualquer um que consegue pôr milhares de narizes a apontar para o céu! A certa altura tive mesmo a sensação que o cobói acabaria por se despenhar sobre a água (ou sobre nós!). Não foi desta ainda!

Puxo de uma revista, viro-me de barriga para baixo, e abro à sorte. Leio: Guia Moderno Para Vender-se Bem. Dou uma vista de olhos, despacho a revista para o saco dos já lidos, e puxo de outro jornal... Deparo com a caça aos ciganos engendrada por Sarkozy; folheio novamente, dou com o desastre natural no Paquistão!

Volto a praguejar, sinto o sol a queimar-me a pele e as notícias os neurónios. Visto-me, ponho-me em cima da mota e vou almoçar!

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