O mundo
Tive sempre mais facilidade em fazer-me entender junto de adultos do que de crianças, o que não é propriamente um elogio.
Lembro-me de estar a ler uma história a um garoto de cinco anos e de ele me pedir para explicar o que era o mundo. Confesso que tive de reflectir uns quantos segundos antes de responder. Fazia sentido falar-lhe do Universo? Fazia sentido falar-lhe do mundo verdadeiro, ainda que de uma forma simples, ou deveria antes pintá-lo de fantasia e brincadeira? Fazia sentido dizer-lhe que o mundo era o conjunto de tudo quanto existe – continentes e oceanos, pessoas e animais, e chegar aos bons e aos maus, como é do agrado das crianças?
«O mundo é uma escola grande onde se pode aprender a ler, a escrever, a brincar, a inventar, a crescer...», disse-lhe. «E todas as pessoas aprendem a inventar e a crescer?», perguntou-me sorrindo. E eu fiquei sem saber o que dizer.
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