Natal 2009

Estamos a pouco mais de um mês do Natal. O tempo já começou a mudar, vê-se na aurora, vê-se no dia, vê-se nas tardes e nas noites. Corre uma frescura nova, as noites são agora mais curtas. Curtas são também as economias, não estivéssemos nós a viver uma das maiores crises de que há memória. Mas as ruas e os Centros Comerciais estão engalanados (e desde Outubro!), como que a dizer a cada um de nós: venham, venham, comprem.

 

Lembro-me bem do tempo em que púnhamos o sapatinho na chaminé e ficávamos ansiosos à espera dos presentes do Pai Natal. Lembro-me de mal dormir e da algazarra que fazia ao chegar de manhãzinha à chaminé, ainda que as prendas se resumissem a um carrito e a uma peça de roupa para vestir, bem longe da bicicleta com que sonhara. Mas eram belos tempos, com a família a conversar à volta de uma mesa ampla, enquanto se comia o bacalhau, as batatas e as couves, numa primeira leva, e as rabanadas, as filhoses e os sonhos, logo a seguir.

 

Confesso que gosto cada vez menos dos Natais modernos que a máquina consumista nos vem impondo. Começou o dilema, há um sem-número de prendas que é preciso comprar. Vou ao Top Ten dos livros e fico algo desapontado, dou uma vista de olhos à publicidade que colocam na minha caixa de correio e perco-me com tanta coisa. Coragem, penso, preciso de tempo e coragem para comprar presentes para todos.

 

E de repente dou comigo a pensar: e se em vez de comprar prendas (para quem provavelmente já tem tantas), eu comprasse para quem as não tem? Ou ainda: e se em vez de comprar prendas, canalizasse esses meios para as Associações de Apoio e de Caridade?

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