Mancha da Morte

A extensão da maré negra no Golfo do México é uma das mais devastadoras de sempre. A região vive uma indescritível catástrofe ecológica e o caso não é para menos. Sendo grande parte da costa constituída por ilhotas e braços de rio, é fácil perceber a dificuldade em suster a onda de petróleo, e entender o desespero das populações que moram na zona e vivem da pesca, enquanto a mancha do óleo da morte avança.

As consequências são catastróficas: milhões de peixes mortos, pelicanos, tartarugas e muitas outras aves marinhas agonizam, algumas espécies da fauna e da flora marinha correm o risco de desaparecer para sempre, o ecossistema do Golfo do México sofrerá danos irreparáveis.

Mas o que mais me intriga nesta catástrofe é a polémica que rodeia a British Petroleum (BP). A empresa está autenticamente debaixo de fogo: pela Administração Obama que acusa a empresa de ter provocado o maior desastre ambiental de sempre; pelos ambientalistas que acusam a BP de ser useira e vezeira em acidentes deste tipo; por uma infinidade de consumidores em todo o planeta dispostos a deixar de consumir produtos da companhia petrolífera.

Conseguirá a empresa sobreviver ao prejuízo que vai ter de pagar e à fúria de milhões de americanos e de consumidores de todo o mundo? Será que é desta vez que as Nações Unidas criam uma entidade que controle a actividade das petroleiras punindo-as severamente sempre que ocorra um acidente deste tipo? E já agora, uma última pergunta: ter-se-ia falado nesta tragédia se ela tivesse ocorrido na costa de um país do chamado Terceiro Mundo?

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