Gatos gordos (2)
Se é dos que pouco ou nada sabe sobre as Agências de Rating não desespere, pois há centenas de milhões de pessoas na mesma situação.
Sabemos que há três agências – todas elas americanas –, sabemos que tecem comentários sobre o risco de um país ou de uma empresa suspender os pagamentos das suas dívidas, sabemos que sobem e descem ratings.
É certo que Portugal não tem tido uma conduta exemplar de há pelo menos dez anos a esta parte. É verdade que o crescimento é medíocre, que o desemprego é muito elevado e que os grandes investimentos públicos fazem levantar um rol de interrogações. O que não se entende, nem há explicações que o permitam entender, é como é possível que as Agências alterem o posicionamento de um país em trinta ou quarenta lugares de uma só vez!
Ninguém sabe muito bem que critérios utilizam, conhece-se apenas a simbologia feita de letras e sinais numéricos do tipo AA+ ou AAA que, não fosse o assunto tão sério, e seria motivo para nos rirmos. Vale a pena perguntar por onde andavam os crânios das Agências de Rating quando falharam escandalosamente a avaliação dos títulos ligados ao imobiliário, vale a pena perguntar porque nunca viram nada de estranho na teia montada por Madoff. Que são sanguessugas a quem Obama chamou gatos gordos, que perseguem interesses especulativos, que caucionam políticas e decidem o mundo já todos percebemos!
Alguns estados norte-americanos avançaram já com processos judiciais contra estas Agências, às quais assacam responsabilidades pela crise internacional que se está a viver. O que dificilmente se entende é por que razão a União Europeia ainda não o fez.
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