Anda tudo louco (4)
Lembrei-me de falar nos bairros e nos lobbies no meu post anterior – se bem que os primeiros apenas tivessem servido de introdução – , mas se pensarmos à escala mundial, deparamos com um quadro semelhante, isto é, esquizofrénicos governantes a correrem por armamento atómico e egoístas corporações a quererem mostrar ao mundo o umbigo e o poder que detêm.
Anda tudo louco: foi o 11 de Setembro, foi o mentecapto do Bush a fazer a guerra ao Iraque, foi a crise energética, é a crise económica numa extensão jamais admitida pelos neoliberalistas, é a diminuição da floresta tropical amazónica, é a tentativa de expansão dos três maiores impérios – EUA, União Europeia e China –, é o terrorismo à escala mundial, é a crise da igreja, para só falar dos que me vêm à memória.
A génese e a história dos conflitos assenta quase sempre na desproporcionada distribuição da riqueza, por um lado, e na insaciável sede de poder, por outro. O mundo encolheu, há mais gente e mais cobiça, há mais desenvolvimento e menor nível de vida, tudo se altera a uma velocidade supersónica.
Pouco sentido faz ser contra ou a favor da globalização, ela instalou-se e exibe-se, só não vê quem não quer. O futuro esconde-se de nós e ameaça não voltar a ser o que costumava ser! A loucura a que assistimos faz-me lembrar as palavras de Hans Morgenthau: «A ciência enriqueceu o homem no domínio técnico sobre a natureza inanimada, mas empobreceu-o na sua procura por uma resposta ao enigma do Universo e da sua existência nele.»
É um cliché mas pouco me importa, hoje apetece-me dizer que o melhor é viver um dia de cada vez.
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