A batota

Dizem que é o pai da pacificação belga, que é um negociador hábil e persistente, que gosta de literatura clássica. Falo de Herman Van Rompuy, o homem que vai assumir a Presidência da União Europeia. A comissária Cathy Ashton, por sua vez, vai dirigir a diplomacia europeia. Dois nomes absolutamente desconhecidos e que surgem com a clarificação do Tratado de Lisboa. Blair ficou pelo caminho, na sequência do entendimento de última hora das duas principais famílias políticas europeias.

 

Como cidadão desta grande União pergunto: não deveríamos ser todos nós, europeus, a escolher as personalidades que vão dirigir os nossos destinos?

 

Um outro acontecimento europeu, este desportivo, fez-me reflectir sobre os poderes e negociatas do futebol internacional. Tratou-se de um erro clamoroso – a bola foi escandalosamente dominada pela mão – que beneficia a França e a empurra para o Mundial de 2010. Numa palavra, venceu o futebol da farsa. A FIFA já disse, entretanto, que o jogo não será repetido, perante a indignação de muitos milhões de espectadores. Percebe-se agora melhor do que nunca por que razão a FIFA e a UEFA não permitem a utilização de meios tecnológicos de apoio ao árbitro.

 

Não há como escondê-lo, a batota faz parte da política e do desporto. Ámen.

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